[Resenha] Amanhã, Quando A Guerra Começou

Amanhã, Quando A Guerra Começou

Título Original: Tomorrow, When the War Began (Tomorrow #1)

Autor(a): John Marsden

Editora: Fundamento      Páginas: 256

Lançamento: 2010      ISBN:  9788576762218

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O que você faria se descobrisse que todo o mundo que conhece deixasse de existir da noite para o dia? Ao voltar de uma semana de acampamento, Ellie e seus amigos descobrem que a cidade em que viviam foi invadida por um inimigo desconhecido. Suas famílias foram aprisionadas e uma guerra está acontecendo em seu país. Agora, eles estão sozinhos em uma cidade sitiada, lutando para descobrir o que aconteceu com seu país e tentando sobreviver. AMANHÃ é a história de uma aventura extraordinária em tempos extraordinários, em que esconderijos, explosões e fugas passam a fazer parte da rotina desse grupo de amigos. Sozinhos e sem ter para aonde ir, Ellie e seus amigos vão precisar de toda a coragem e ousadia para sobreviver.

Muita ação e aventura. Eletrizante!

Gente! Faz tanto tempo que este livro estava na minha lista de desejados, mas sempre acabava deixando para depois, começava outra série e ele permanecia lá. Ai! Ai! Se arrependimento matasse!

Tudo começa com a ideia de Ellie de fazer um passeio exótico com os amigos, em um lugar ermo e selvagem, chamado Inferno. Não literalmente no Inferno, este aqui do livro é um lugar isolado próximo à cidade de Wirawee, com mata selvagem, montanhas, precipícios, rios e a lenda de um eremita que matou toda a família. Embora seus pais não quisessem permitir, Ellie usou o argumento de ter quase dezoito anos, precisar criar independência e assim vai, ou seja, convenceu a família e partiu em companhia de Corrie, Kevin, Hommer, Fi, Lee e Robyn para viver seus últimos dias de paz e inocência, embora nem imaginasse isso ao iniciar a viagem. Lá tudo correu muito bem, o problema foi no retorno, a cidade havia sido tomada por um exército inimigo, os pais de todos feitos prisioneiros… uma guerra havia começado.

Este é o primeiro livro da série Amanhã de John Marsden, publicada no Brasil pela Editora Fundamento, são sete livros e todos já foram lançados. A capa pode até transmitir a ideia de uma série infantil, mas não se enganem, este livro é uma aventura incrível para jovens adultos e para todos aos amantes de histórias com muita adrenalina.

A narrativa em primeira pessoa, pelo ponto de vista de Ellie, nos mostra a maneira como a menina enxerga os amigos, bem observadora, sensível e analítica, consegue sempre captar o clima e as vibrações que estão no ar. Pelo seu tom percebemos que algo mudou drasticamente em sua vida e na dos amigos, fazendo com que ela afirmasse que somente depois de certas experiências ela realmente os  havia conhecido de verdade e se conhecido. Assim a história tem um clima inicial de suspense e perigo, cada dia tranquilo na viagem, nos fazia ansiar pela tragédia do minuto seguinte.

Na verdade, cada minuto aqui é de expectativa, os jovens ao retornar de suas férias dão de cara com uma situação além de sua imaginação, coisa de filme. Nunca, jamais, eles esperavam ter o país invadido e tomado por uma guerra. Sem notícias da família, isolados do mundo, só lhes resta tentar descobrir o que está acontecendo. Primeiro eles estão perdidos, mas logo após serem perseguidos por soldados eles começam a planejar estratégias de sobrevivência e luta, mesmo que não saibam se os resultados serão positivos.

Não dá para respirar tranquilamente, e isso não só acontece com os personagens, mas com a gente também, eu como leitora fiquei aflita todo o tempo. O autor sabe como ninguém te deixar com o coração apertado e o estômago doendo. Se eu imaginava algo ruim, acontecia coisa pior. Não temos uma trama previsível, e isso é delicioso, torna a leitura mais interessante e não dá para largar o livro. O ritmo é acelerado, tendo apenas um momento mais lento quando eles resolvem fazer os planos de ataque, nesta hora entra a reflexão de cada um sobre vida e morte, certo e errado. Aqui temos confusões sentimentais e relacionamentos surgindo. O foco fica nas emoções de Ellie e suas percepções, como eu disse, é ela quem conta a história, então não dá para saber muito sobre o que pensam os demais, é um dos limites da narrativa em primeira pessoa, embora mais dinâmica é centralizadora, mas de forma alguma atrapalha o desenvolvimento do enredo, na verdade torna-se  algo mais intimista.

Após esta pausa, o ritmo volta a acelerar, pegando fogo literalmente. Esta turma parte para a luta, pena que esqueceram que toda ação gera uma reação. Resultado! Não conto… a surpresa é o melhor de tudo.

Os personagens são uma garotada cheia de sonhos e que querem curtir a vida, mas por ter isso tudo roubado, amadurecem rapidamente e mostram-se capazes de ser muito corajosos e companheiros. Eu gostei muito de cada um, pessoas normais, como eu e você, muito humanos, verossímeis. Ellie é quem nos tira do sério, ela é esquentadinha e estoura facilmente, e mandona demais, mas defeitos todos temos, e está aí mais um ponto positivo na caracterização deles, que dá mais credibilidade.

Um volume inicial perfeito, com uma introdução bem explicadinha, sem ser cansativo. Cheio de ação, que nos deixa ansiosos por cada reviravolta. O final mostra o fim de uma fase, eles deixaram futilidades e  inocência  para trás, agora a questão é saber quem terá um amanhã.

O cenário é a Austrália, com todo seu clima selvagem e rústico, como os nomes de cidades e outros locais são bem diferentes eu fui dar uma pesquisada no Google e a minha surpresa foi descobrir o filme, claro que tive que assistir antes de fazer a resenha, tinha que fazer comparações. Eu ia até falar dele aqui, mas depois faço uma postagem especial.

Leiam, leiam e leiam. É muito bom mesmo, vale a pena investir.

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